quarta-feira, 24 de abril de 2013

Tecelagem Turca

A arte da tecelagem de tapetes tem tido, na Turquia, provavelmente a mesma duraçãoque na Pérsia. Aliás, não se falando no tapete russo de Pazyryk (o mais antigo que conhecemos), o tapete do "Dragão e a Fênix", existente em Berlim, pode ter sido tecido na Turquia.

Durante os séculos XVI e XVII, tapetes originários da Turquia faziam aparição constante em pinturas de artistas famosos. De fato, foram tão aproveitados por Holbein (como em sua famosa tela Os Embaixadores, na National Galery, Londres), que tais peças, talvez tecidas em Oushak, passaram a ser conhecidas como tapetes de Holbein. Nas telas flamengas do século XV, incluindo-se vários quadros de Jan Van Eyck, também surge a presença dos tapetes turcos, sendo eles ainda representados em muitos quadros italianos e, significativamente, com frequência em retratos executados por venezianos. Veneza foi o mais movimentado porto comercial da Europa e, conforme podemos presumir, o grande número de tapetes turcos em lares da opulenta classe dos mercadores venezianos, sem dúvida nenhuma devia provir de seu comércio com o Oriente.

Sabe-se, por exemplo, que o Cardeal Wolsey, presidente da Cãmara dos Pares da Inglaterra, adquiriu a um mercador veneziano sessenta tapetes turcos, para seu palácio em Hampton Court. Sua Eminência referia-se a esses tapetes como "damascenos", uma vez que a riqueza dos motivos assemelhava-se ao artesanato damasceno, a arte oriental de incrustar ouro, prata e cobre em latão. Na primeira metade do século XVI, quando foram pintados os retratos de Holbein, a Turquia se tornara o mais poderoso país do Oriente Médio, através da grandeza de seu legendário sultão Solimão, o Magnífico, chamado o Grão-Turco.

Os tapetes turcos possuem certas marcas distintivas:
  1. Sempre empregam o nó turco
  2. Os fios da trama e urdimento de todos os tapetes produzidos antes de 1870, aproximadamente, eram feitos em lã ou pêlo de cabra. A partir de então, é que foi usado o algodão. 
  3. Todos os tapetes turcos apresentam cordéis laterais duplos, tecidos achatadamente, em lã ou algodão; somente dois tipos persas, o Tabriz e o Heriz, têm essa mesma confecção.
Os tapetes turcos antigos raramente mostram criaturas vivas, humanas ou animais, em sua tecedura, como resultado de pressões religiosas contra imagens figurativas.
No século atual, contudo, tal rigidez foi relaxada ou ignorada e, além disso, a sagrada cor verde é hoje razoavelmente empregada na maioria dos tipos de tapetes. Finalmente, as peças turcas de grande tamanho, tendem a ter sido produzidas nos últimos sessenta ou setenta anos.

Existem cerca de trinta variedades diferentes de tapetes turcos. A lista abaixo comporta dezoito das mais importantes, em uma seleção como a feita para os tapetes persas, que examinaremos individualmente:
  1. Ak Hisser
  2. Anatolia
  3. Bergama
  4. Dimirdji
  5. Ghiordes
  6. Hereke
  7. Kirshehir
  8. Konya
  9. Kulah
  10. Ladik
  11. Makri
  12. Melas
  13. Mudjur
  14. Oushak
  15. Sivas
  16. Smyrna
  17. Sparta
  18. Yuruk
Em sua maioria, os demais tipos de tapetes turcos são versões dos citados acima, de maneira que apenas um perito pode diferenciá-los. Durante o século XVII, belos tapetes florais, muito semelhantes aos persas, foram tecidos na Turquia, provavelmente nos teares reais, em Istambul.






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