Quase todos os tapetes confeccionados antes de 1900 empregavam os tipos tradicionais de corantes usados durante séculos, derivados de produtos naturais. No fim do século XIX tornou-se tão grande a demanda de tapetes pelo Ocidente, que corantes sintéticos, desenvolvidos na Europa e na América, foram importados pela Pérsia, Turquia e outros países orientais, como medida para acelerar a produção tapeceira.
Tais corantes foram introduzidos por volta dos anos 1870 a 1880. Até o fim da Primeira Guerra Mundial, embora os métodos tradicionais de tingimento tivessem declinado, permaneceram em uso o suficiente para garantir a produção de muitas peças soberbas. A partir de 1920, no entanto, virtualmente cessou o emprego dos corantes vegetais e, hoje em dia, apenas um número muito reduzido de tapetes continua sendo confeccionado com eles.
A vantagem mais importante dos corantes vegetais sobre os sintéticos, é que os primeiros não desbotam, apenas suavizam-se, os sintéticos, desbotam em proporções diferentes, dependendo das diferentes cores em um tapete. Em certos casos, a cor original modifica-se por completo.
Em decorrência, peças que foram tingidas por método natural, acumulam beleza com a idade, ao passo que as sinteticamente tingidas sofrem um crescente processo de deterioração.
Todos os corantes naturais são derivados de plantas ou insetos. A exceção é o preto. Consegue-se esta cor deixando-se aparas de ferro mergulhadas em vinagre. O resultado é uma substância ácida, que é o único corante natural com efeito corrosivo sobre a lã.
O marrom, geralmente obtido misturando-se rizomas da garança com amarelo, embora esta tonalidade também seja conseguida das avelanedas, nozes trituradas e cascas das nozes verdes, não possui um efeito particulamente duradouro e tende a ficar fosco com a idade.
As cores mais bem sucedidas e que costumam ser usadas com maior frequência são os azuis, amarelos e vermelhos.
O vermelho é a cor predileta dos tintureiros turcos e turquestanos, enquanto que o azul é encontrado em muitos tecidos caucasianos, em especial armênios.
O vermelho era obtido de três fontes principais, variando em tonalidades. A mais antiga fonte é um inseto chamado quermes, que vive na casca do carvalho. Eram apanhados no verão e mortos pelo vapor do vinagre aquecido, um processo que desprende ácido acético. O resultado é um vermelho forte e intenso. O corante era obtido esmagando-se grandes quantidades de fêmeas do inseto, o qual suplantou o quermes, no tingimento de tapetes.
A cochinilha era frequentemente combinada a outras coisas, a fim de fornecer tonalidades diferentes, como:
- A púrpura, pela mistura com bicromato de potássio
- O cereja ou rosa-vivo, resultante da mistura com a garança
- O escarlate, pela mistura com o ácido sulfúrico
A terceira fonte principal de vermelho era a raiz da garança, primeiro fervida e depois esmagada. Essa raiz produzia inúmeras tonalidades diferentes, sendo usada com mais frequência em mistura com outras substâncias, como o alúmen, ou combinada ao leite, suco fermentado de uvas e água para fornecer o violeta.
Por volta do fim do período em que os corantes vegetais eram amplamente empregados, as tintas obtidas de madeiras como o pau-campeche e o pau-brasil, quase sempre eram utilizadas juntamente com um variado grupo de vegetação: cebolas, beterraba, hera, etc.
- O azul era obtido das folhas do indigueiro, uma planta cultivada na Índia.
- O amarelo e o índigo também produziam o verde
- O amarelo era obtido de várias fontes: uvas persas, curcuma, açafrão e raízes de sumagre.
- O cinza era obtido da noz de Esmirna e a púrpura
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