quarta-feira, 19 de junho de 2013

Tapete Yuruk

Yuruk significa montanhês. Esses tapetes são tecidos por tribos curdas e nômades das montanhas no Leste da Turquia, as mesmas que povoam o Noroeste da Pérsia e o Cáucaso. As peças são caucasianas em características, usando motivos bastante típicos, como suásticas e trincos-em-gancho. 

O campo principal é geralmente tecido com três medalhões losangulares, unidos ou separados, tendo as cores quase sempre em intensos castanhos-avermelhados, azuis e púrpuras. As peças Yuruk também costumam conter mais verde do que a maioria dos tapetes turcos, estes, em geral, apresentando matizes algo insípidos. Antes de passarmos à conclusão, gostaríamos de descrever um outro tipo de tapete turco muito especial, detalhadamente discutido por Jack Franses em seu livro European and Oriental Rugs (Tapetes europeus e orientais). 

Trata-se do Koum Ka Pour (significando passagem-para-areias), um tipo que foi tecido durante um período de apenas vinte anos aproximadamente, entre cerca de 1890 e 1910, em um subúrbio de Istambul. Tais peças eram confeccionadas pelo mestre-tecelão turco Kanata, sob patrocínio real, e apresentavam características florais persas. São distinguíveis pelo emprego de fios de ouro e prata, os quais eram tecidos em decorativos padrões florais de várias cores.

Ostentando uma beleza e raridade excepcionais, esses tapetes, ao contrário de quaisquer outros tecidos na Turquia, conquistaram um lugar na história da arte tapeceira, comparável ao de Fabergé, o ourives russo de fins do século XIX, no campo das artes aplicadas. 




Tapete Smyrna ou Esmirna

Smyrna ou Esmirna, hoje chamada Izmir, durante séculos foi um dos principais portos marítimos da Turquia, não foi uma cidade produtora de tapetes, mas antes um ponto de mercado para as peças tecidas nas cidades e aldeias vizinhas.

Trata-se, portanto, de uma denominação ilusória, só incluída aqui, por ser fartamente citada na literatura tapeceira, bem como em leilões e catálogos de vendedores. O nome é comumente usado como termo genérico para tapetes Ghiordes e Oushak do século XX, denotando peças modernas e de qualidade inferior. 

Também é muito empregado para referir-se a tapetes de aparência persa, embora confeccionados em Sivas e Sparta. O desenho mais típico para um tapete, é o campo hexagonal alongado, cujas margens internas são debruadas com pequenos ramos de flores trifólias.



Tapete Kulah

Os tapetes de Kulah apresentam grande similaridade com os produzidos na cidade de Ghiordes. Como as peças de Ghiordes, as de Kulah geralmente são tapetes para orar e, quando antigos, classificam-se entre os tapetes turcos mais admirados. 

A principal diferença entre um tapete para orar tecido em Ghiordes, e outro tecido em Kulah, é que este último usualmente apresenta uma única barra transversa, localizada acima do nicho. E esse nicho, em si, não alcança a barra transversa, como nas peças Ghiordes, subindo apenas cerca de dois terços no campo. 

Um desenho interessante, peculiar ao Kulah, é o tapete para orar com um mihrab de dupla terminação, conhecido como um "Kourmur Jur Kulah". O desenho é assim tecido, não para dar uma representação arquitetônica aproximada, mas meramente delineada em branco, sobre um fundo em  padrão geométrico. 

De fato, estes tapetes nivelaram-se aos mais finamente tecidos na Turquia e, com seus medalhões em arabesco, apresentam certa semelhança com os Oushak.